Você é contra ou a favor da lei seca?

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Somos cinco estudantes que estamos cursando MBA Marketing / Vendas. Nosso objetivo é trazer novas informações constantes tudo que se refere a polêmica Lei Seca. Estamos sendo orientados Pelo Prof. Tarcisio / Módulo Marketing Digital / Faculdade Anhanguera (FAC3).

Veja a Dança do Bafômetro

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Estratégia Marketing das grandes companhias de bebida: A cerveja sem álcool.


Lei Seca eleva venda de cerveja sem álcool

ANDRÉ PALHANOcolaboração para a Folha
A Lei Seca vem impulsionando um produto até então relegado ao segundo plano nas estratégias de venda e marketing das grandes companhias de bebida: a cerveja sem álcool.
Somente no mês de julho, a AmBev aumentou em 66% as vendas da principal cerveja do segmento, a Liber, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. As vendas da Bavaria sem álcool, da Femsa, cresceram 69,5% no mesmo período.
Segundo as empresas, a tendência é que os números cresçam ainda mais. Atualmente, a participação desse segmento de cervejas --com teor alcoólico abaixo de 0,5%-- no mercado brasileiro ainda é tímida, em torno de 0,75% do total, bem abaixo da média de países como Espanha, Estados Unidos e Alemanha, acima de 5%.
"Esse é um mercado com oportunidades muito interessantes de crescimento. A Liber é agora uma prioridade de nossas equipes de venda", diz Sérgio Eleutério, gerente de marketing da AmBev.
"O que mudou no segmento com a nova lei é que a cerveja sem álcool era um produto para quem, por motivos diversos, não tinha a opção de consumir a cerveja com álcool. Agora passa a ser uma alternativa para quem tem essa opção."
A importância estratégica do produto motivou a AmBev a incluir a Liber nas vinhetas de patrocínio do Campeonato Brasileiro de Futebol, assistido por milhões de espectadores.
Mais do que reforçar as vendas, o impulso do segmento de cervejas sem álcool com a lei seca também se reflete em uma verdadeira corrida pela criação de novos produtos. A cervejaria Petrópolis, que produz a cerveja Itaipava desde 1994, anunciou recentemente a criação da Itaipava sem álcool. Nos próximos dias, a AmBev também chega aos bares com o primeiro chope sem álcool produzido no país: o chope Liber.
A Femsa também pretende lançar em breve uma versão de chope Bavaria sem álcool. "O investimento no chope sem álcool é uma tendência natural do mercado cervejeiro e das cervejas sem álcool", diz a gerente de relações institucionais da Femsa, Renata Zveibel.
O objetivo é alcançar consumidores que gostam do produto e ainda não têm uma alternativa sem álcool. Choperias e restaurantes (os maiores prejudicados pela nova lei) nas grandes capitais serão os alvos dos novos produtos.
No futuro, a tendência é que cervejas sem álcool saborificadas e de tipos diferentes (hoje existem apenas as do tipo pilsen no mercado local) sejam oferecidas aos consumidores.
"Em um primeiro momento, é preciso apresentar a própria cerveja sem álcool, um produto ainda desconhecido por grande parte dos consumidores brasileiros", explica Eleutério, da AmBev. A partir do momento em que se torna um produto estratégico, essa cerveja tende a melhorar em termos de qualidade e sabor, como ocorreu com os refrigerantes diet, diz.
A preparação das empresas de bebidas para a lei seca, segundo apurou a Folha, vem acontecendo há mais de um ano, desde as primeiras sinalizações sobre a nova lei. Como o impacto sobre as vendas dos produtos com álcool tende a ser negativo --as empresas afirmam que é prematuro estimar a dimensão-, a saída foi buscar novas oportunidades. E o segmento de cerveja sem álcool surgiu como a melhor opção.
Segundo a Femsa, o efeito de queda nas vendas com a nova lei é ainda específico no segmento chope, que corresponde de 2% a 4% do total de vendas, dependendo da empresa.
Ao mesmo tempo, as vendas de cervejas nos supermercados cresceram, como resultado da preferência pelo consumo da bebida em casa.
"Vale ressaltar que as empresas que contam com portfólios amplos de produtos, como a Femsa, têm a vantagem de não sofrer tanto com o impacto da lei, pois o consumidor migra de bebidas alcoólicas para não-alcoólicas que também são oferecidas por essas empresas", pondera Zveibel.
Quem também está de olho nessa mudança são as grandes redes varejistas. O Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, decidiu reposicionar as gôndolas e elevar a quantidade de todas as cervejas sem álcool ofertadas.
"A importância desse produto passou para outro patamar. Era um produto de nicho que, com a nova lei, passou a ser prioritário nas estratégias de venda", diz o gerente comercial da rede, Fábio Rodrigues.
Segundo ele, a queda no preço da cerveja sem álcool é uma conseqüência da mudança de escala. "Era um produto em média 50% mais caro que as similares do tipo pilsen. Hoje, essa diferença caiu para 25%."

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Depoimentos dos Garçons referente a Lei Seca.

Garçons pagam a conta no 1º mês de vigor da Lei Seca
Carolina Teodora
São José dos Campos
Quem pagou a conta no primeiro mês de vigência da Lei Seca foram os garçons, que amargaram uma queda de até R$ 500 nos salários após a implantação da norma que pune o motorista que dirigir embriagado.Com salário baseado na taxa de serviço cobrada dos clientes, a categoria convive com o medo de perder o emprego, já que os proprietários de bares e restaurantes registraram redução de 40% no movimento em São José dos Campos.Segundo os garçons, o temor de ficar sem trabalho começou logo depois que a Lei Seca entrou em vigor --dia 20 de junho. Para eles, que recebem de acordo com o movimento de clientes, a situação piora a cada dia.É o que pensa Edson Aparecido Balbino, 34 anos, morador da zona sul de São José. Garçon há 10 anos, ele começou a reduzir as despesas da casa em razão da queda no valor do salário."Tive que cortar despesas esse mês em casa. Meu salário reduziu em quase um terço. A lei é positiva, ninguém quer motorista bêbado na rua, mas ela foi mal elaborada. Temo ficar desempregado", disse.Casado e pai de dois filhos, Balbino disse que não se imagina em outra profissão. "Nosso salário é praticamente os 10% da taxa de serviço. Agora, as pessoas vem menos e, quando vem, consomem menos", disse.Segundo ele, quem ficava quatro horas no bar, não passa de uma hora. "Antes o casal bebia junto, agora só um bebe. Essa queda no consumo e movimento reduziu o salário", disse.
MEDO - Em São José, os garçons recebem, em média, cerca de R$ 1.500. Para reveter o quadro, o sindicato patronal da categoria pleiteia com o governo federal a flexibilização da regra (leia texto nessa página).
"O movimento registrou uma queda muito grande. Estamos sob pressão. Conheço quatro amigos que já foram demitidos após o início da norma", afirmou o garçom Gildeão Barcelos, 27 anos."Estou muito preocupado. Ninguém vai querer vir de táxi no bar. Pelo valor da viagem, é melhor ficar em casa. O movimento caiu muito e a tendência é piorar ainda mais", disse o garçom Erivelton Rodrigues Bastos, 26 anos."As pessoas estão começando a cada vez mais se encontrar em casa para se livrar a nova lei. Não sei o que vou fazer se deixar de ser garçom", afirmou.Para o garçom Thallis Gomes, 21 anos, a situação está preocupante. "Recebi menos de R$ 300 esse mês. Estou extretamente preocupado, todo o dia parece uma terça-feira de chuva", disse.Já os proprietários de bares afirmam que a situação tende a piorar com a intensificação da fiscalização. Em outubro, os policiais militares da região devem receber em 20 bafômetros. São José tem um aparelho."Quando as fiscalizações começarem a ser mais frequentes, o problema para os trabalhadores do setor vai ter proporções ainda maiores", afirmou José Eduardo Petrone, 55 anos, proprietário do Bar Petrone, na Vila Ema.
NOVA LEI - Batizada como 'Lei Seca', a nova regra tem tolerância zero para o consumo de álcool pelos motoristas. A norma tem como objetivo tornar mais rigorosa a punição contra motoristas embriagados.
Ao todo, 27 motoristas foram flagrados dirigindo bêbado na região. Desse total, um foi encaminhado para a cadeia por ter negado a pagar a fiança, que pode chegar a R$ 1.200.Pela regra, o motorista que for flagrado no bafômetro com até 0,29 mg por litro de ar expelido dos pulmões é multado e perde a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) por um ano.A quantidade corresponde a um cálice de vinho ou a um copo de cerveja. Acima desse índice é preso. Os motoristas que forem presos, terão que pagar fiança entre R$ 350 e R$ 1.200.Nos casos de reincidência, perde-se o direito ao pagamento de fiança. Antes, era permitida a ingestão de até 6 decigramas de álcool por litro de sangue (o equivalente a dois copos de cerveja).